sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sendo escrachada:

Não nasci pra ter fihos, pra ser a mãe que minha mãe é.
Essa coisa de ter equilíbrio e força, de se dedicar.
Aliás, se dedicar é de vó pra mãe, por que minha vó é a pessoa mais dedicada que eu conheço.
Casa sempre em ordem, almoço, janta, roupas bem lavadas e passadas.
E quando meu avô era vivo, porra, ele não tinha do que reclamar.
Aliás, até meu pai tem seu lado que dedicou a tudo isso, que dedica.
Admiro essa coisa de base, acho importante e vital, de verdade.
Mas não é pra mim essa coisa socialmente firme, e dessa vez não uso esse termo em tom de crítica.

Eu?
Eu nasci pra esbórnia, pra boehmia, pra instabilidade, pra amores, noites agitadas
e dias calmos.
Não nasci com o dom familiar delas, eu nasci com o dom de não se prender de verdade.
Não tenho saco nem sabedoria pra ter um filho, pra cultivar um casamento, e casa, só se for a minha, por que se mais alguém que não for meu cachorro depender dela, tá fudido.
Eu nasci pra não deixar rastros, eu nasci pra mudar de idéia, eu nasci pra sair voando, nasci pra ser e pagar o preço pelo que eu sou.
Assim, mambembe.

Deve ser a data comemorativa desse domingo que me deixou meio .. assim. ~
Ou falta de dinheiro.
Ou a sexta feira e a vontade fazer tudo isso de uma só vez.





Manu Chao

Nenhum comentário:

Postar um comentário