domingo, 5 de setembro de 2010

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Ainda bem que as palavras nunca foram embora de mim.
Me sinto aliviada cada vez que me sinto pesada, que preciso exteriorizar essa sensação, e encontro as palavras.
Consigo conversar sozinha.
Ainda bem que, elas, não me abandonam.

Só estou de pé por conta de.
Do contrário eu já teria feito alguma cagada bem grande.
Essa coisa do peso, essa coisa da intensidade, isso desmembra qualquer um.
Essa coisa de sentir, de ouvir, ver e sentir de novo, essas coisas fazem com que eu me devore o tempo todo.
Se eu não conseguisse escrever, eu não seria.

Como a coisa do oxigênio são as palavras pra mim.
A necessidade de um e outro andam juntas, de mãos dadas, pelas noites que não querem terminar.
O corpo precisa de um, e a alma de outro.
Um sem o outro não tem como.
Rompe-se a união.

O costume de volitar, de sair por aí não tendo algum destino certo, enquanto o mundo respira baixinho.
E eu passo por cima enquanto ouço.
O mundo ás vezes precisa de atenção, precisa de olhar.
Sentar e olhar.
Como olhar pra trás, tendo torcicolo de olhar pra frente.
Oito ou oitenta, o meio dos dois é apenas estrada.

Essa intensidade, essa intensidade rege tudo.
Me direciona á tudo, e mesmo que eu tente pensar e agir diferente, ah, soa como piada.
Saber o que se é, o que te faz, o preenchimento e o alimento.
Sem mentir para sí mesmo, sem tentar esconder prazeres e amargores.

Alguns fatos, singulares, são inertes á responsabilidade racional.
E de racional eu não faço questão, a cabeça tem que estar leve.
A responsabilidade é imensa, mas volitar é inerte ao racional, e mesmo que estivesse em minha escolha seguir uma linha reta ou não, eu sairia correndo em zigue-zague.

Conseguir ouvir cada instrumento de uma vez, conseguir ouvir todos juntos, parar e fazer apenas isso durante algum tempo.
Os sentidos.
Olho, boca, ouvido, mãos e membros, vento gelado, pra se nutrir.

Vento gelado á me envolver.

Parecido com dor e delicia.
Opção.
Intensidade.







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