segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

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Novamente, o vazio.
Acordo com a sensação de que algumas coisas não deveriam estar como estão.
Que eu deveria quebrar a cara de uma filha da puta, apontar o dedo, chutar a boca.
Se é pra foder, que foda-se tudo e todos então.

Eu deveria colocar uma mochila nas costas e ir pra Botucatu.

Dentro de mim perdura um vento frio e cinza.
Belo e gelado.

Tenho a vontade mudar as coisas.
Tirar o Mário dessa, quebrar minha casa toda, botar fogo, virar as costas e sair correndo.

Ás vezes acordo com a sensação de que eu deveria acabar logo com o que está minando aos poucos, pra poupar sofrimento, e talvez deixar de insistência vã.

O vazio me deixa sentada no cume frio de uma montanha enquanto respiro o vento que vem e vai.
Sensação de solidão, solidão confortável, necessário.
Vontade sair voando, vontade dormir até não ter sono nunca mais.
Vontade de morrer, nascer de novo.

Fome de engolir a noite, de nadar até chegar à exaustão, de correr até cair sem fôlego.

Sem paciência pra firula, reação de virar a mesa em cima dos apostadores ladrões.

Vontade a partir de agora, mudar tudo.

Começar colocando um ponto final.






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